Ainda no âmbito da celebração dos direitos das mulheres, um texto para ler e refletir, da autoria da Carolina Ribeiro Pereira, do 12º A.
Malala Yousafzai
a ativista menina de 11 anos
Malala Yousafzai é uma ativista paquistanesa, internacionalmente conhecida por defender os direitos das mulheres a terem acesso à educação.
Esta nasceu no norte do Paquistão, numa região dominada pelos talibãs. O seu nascimento não foi celebrado, já que nesta região só o nascimento dos rapazes é celebrado. O nascimento delas não é motivo de celebração, uma vez que o seu destino já está traçado à nascença pelos homens. Elas nascem para obrigatoriamente casarem e terem filhos. Aos 14 anos já são mães. Elas não têm escolha e o seu destino é somente a procriação.
Quem são os talibãs?
Talibã é um grupo fundamentalista sunita que surgiu no Afeganistão, em 1994. Este grupo apareceu no período da Guerra Civil Afegã, e os membros dessa organização fundamentalista apresentam uma interpretação radical da Sharia, a lei islâmica. O grupo Talibã governou o Afeganistão, tendo sido a sua governação sempre marcada pela violência.
As mulheres foram sempre maltratadas, violentadas, submetidas a uma atuação masculina bastante opressiva. Os fundamentalistas deste grupo não aceitavam, por exemplo, que elas estudassem. O direito à educação estava-lhes vedado e só em serviços da área da saúde, as mulheres eram autorizadas a trabalhar. Além disso, impuseram-lhes o uso da burca e não permitiam que saíssem de casa sem estar acompanhada por um parente.
Neste ambiente de terror para as mulheres, surge Malala Yousafzai, uma menina que se transforma numa ativista aos 11 anos de idade. Estávamos no ano de 2009, quando os extremistas religiosos conseguiram impor a sharia, a lei islâmica, e ela e as suas companheiras adolescentes viram-se perseguidas por frequentarem o ensino. Malala tinha uma causa para defender e foi a única a ter coragem de relatar a situação através de um blogue.
A menina coragem
O sucesso do seu blogue chamou a atenção dos talibãs e, como consequência, Malala foi baleada, ficando ainda em coma durante vários dias; apesar do incidente, ela reergueu-se para continuar a lutar pelo que realmente acreditava e defendia.
Devido a constantes ameaças, a família refugiou-se em Inglaterra e, neste novo país, Malala pôde regressar à escola, em liberdade. Como deve ser, e como acredita que pode vir a ser, para todos os rapazes e raparigas.
Porém “Malala”, que significa “tomada pela tristeza”, escapou desse destino graças à sua família, que sempre apoiou a sua vontade de estudar.
“Uma criança, um professor, um livro, uma caneta. Educação é a solução. Educação primeiro.” é o mantra que repete em todos os grandes palcos deste mundo. E o mundo reconhece a determinação desta jovem invulgar, a pessoa mais nova a ser distinguida com o Nobel da Paz. Graças aos muitos prémios que já recebeu, criou fundações e já ajudou 60 milhões de raparigas que não podiam ir à escola.
Revejo-me muito no que ela defende e, apesar de tudo o que já passou na sua adolescência e juventude, a sua firmeza e seriedade sempre estiveram presentes; é uma lutadora e um exemplo para mim.
Além disso, acho de uma enorme pertinência lembrá-la, a ela e à sua luta, para darmos valor e reconhecer o quão somos felizardas por podermos ter direito e acesso à educação. Sabemos que não é assim em todo o lado. No país de Malala, e em muitos outros, o direito à educação não existe, especialmente para as mulheres. Por isso considero mesmo que somos muito sortudas. Aprender, receber conhecimento significa, para mim, conseguir um mundo de sucesso, um mundo melhor e ninguém tem o direito de nos tirar aquilo que todas nós já temos: escolas, professores e o direito a sermos alunas.